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MOSTRA ESPECIAL VIDEOCLIPES 

Blasterror - O Progresso é a Lama
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Videoclipe | 4 min | DF | 2020

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Lucania - Planeta Selvagem
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Videoclipe | 4 min | DF | 2020

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Guilherme Lisboa - Tortura
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Videoclipe | 2 min | DF | 2020

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Recanto Área de Espanto
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Videoclipe | 5 min | DF | 2020

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Os vídeos musicais revolucionaram a fruição da canção. A potente associação entre som e imagem, tendo a música como elemento principal e o visual como elemento agregador foi capaz de mudar o cenário pop mundial. Nas últimas décadas vimos videoclipes influenciando formas de ser e agir no mundo. Vimos o visual potencializando a palavra, e ouvimos canções sendo base para a criação de imagens que precisavam ser vistas e replicadas. 

 

Os vídeos musicais, que por muito tempo foram considerados catapultas comerciais para o lançamento de canções, hoje tem cada vez mais espaço em circuitos menos ligados estritamente ao mercado e mais ligados à arte, à comunicação e à difusão de ideais. Atualmente, percebendo a ascendente importância do formato, vários festivais de cinema contam com espaços dedicados à exibição de videoclipes, apresentando ao público a música e estética visual de artistas de diferentes gêneros e circuitos. No Festival Recanto do Cinema não seria diferente! E é com muito orgulho que apresentamos os videoclipes realizados por estudantes do Curso de Produção de Áudio e Vídeo do IFB/Recanto das Emas. 

 

Nesta mostra vocês vão conhecer os vídeos concebidos para músicas de artistas do Recanto das Emas, Riacho Fundo, Vicente Pires, Taguatinga e outras regiões do DF.

 

No clipe da banda Basterror Grindcore, imagens de arquivo de angustiantes momentos históricos são atualizadas ao serem sobrepostas à potente letra da canção, que denuncia e desperta o público para a ação. A imagem de abertura deixa bem visível: o vídeo é um estrondo! No clipe da banda Lucania há uma perfeita conexão entre a atmosfera instrumental e o clima proposto pelas imagens repletas de camadas e sobreposições capazes de criar uma textura visual que dá força à densidade sonora proposta pela banda. Na canção de Guilherme Lisboa, a imagem amplifica a expressão e a interpretação do artista que canta para a câmera, na quietude do seu quarto, como quem canta para o público, ausente em tempos de isolamento. No RAP de Rixinha, a letra denuncia problemas sociais do Recanto das Emas e questiona o estigma que é imposto aos moradores, enquanto as imagens mostram a cidade e quem nela vive pelo olhar de quem a conhece a fundo, com várias das suas nuances. Vemos efeitos visuais conectados de forma criativa com efeitos sonoros e uma narrativa audiovisual que inverte alegações já estabelecidas. Para Rixinha e tantos outros e outras artistas consideradas periféricas: aqui é o centro! 

 

Parabenizo a todes que conceberam e produziram as músicas e videoclipes mesmo diante das dificuldades impostas pela pandemia do Covid-19. Que as possibilidades técnicas permitidas pela tecnologia e que o conhecimento acessado por meio dessa disciplina permitam que vocês tragam à superfície cada vez mais conteúdo que represente tantas identidades e diversidades! 

 

Natália Pires

Musicista, produtora audiovisual e professora no IFB/Recanto das Emas

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